A Embraer (EMBR3) anunciou nesta segunda-feira (16) a conclusão do processo de arbitragem contra a Boeing, resultando em uma indenização de US$ 150 milhões pela rescisão do acordo de fusão assinado em 2018. O valor, no entanto, ficou abaixo das expectativas do mercado, o que impactou negativamente as ações da empresa no pregão de hoje.
Por volta das 15h45, as ações da Embraer (EMBR3) lideravam as quedas no Ibovespa, com uma desvalorização de 5,45%, sendo negociadas a R$ 49,10. Em Nova York, os ADRs (recibos de ações) da companhia também recuavam, com uma queda de 3,8%, cotados a US$ 35,56.
O processo de arbitragem teve início em 2020, após a Boeing cancelar o acordo de fusão, que previa a incorporação da divisão de aviação comercial da Embraer. A fabricante brasileira buscava ressarcimento pelos gastos acumulados desde a assinatura do acordo.
Analistas do Bradesco BBI apontam que o mercado esperava uma indenização em torno de US$ 300 milhões. Apesar da diferença, que representa menos de 1% do valor de mercado da Embraer, o impacto nas perspectivas de longo prazo da empresa é limitado.
O banco avalia que o acordo é relevante para que a Embraer consiga reduzir prejuízos acumulados ainda neste segundo semestre, abrindo caminho para a retomada do pagamento de dividendos em 2025.
O Itaú BBA também comentou que, embora o valor da indenização tenha ficado abaixo das expectativas, o acordo elimina uma importante incerteza para as ações da Embraer.
Os analistas destacam que, operacionalmente, as perspectivas da companhia continuam robustas, com boas expectativas de lucro e potencial de revisões positivas nas margens. Além disso, observam o crescente interesse de investidores estrangeiros, o que favorece a liquidez dos papéis.
Em comunicado, a Boeing afirmou estar satisfeita com a conclusão da arbitragem e reforçou seu orgulho pelos mais de 90 anos de parceria com o Brasil, afirmando que espera continuar contribuindo para a indústria aeroespacial do país.